Hoje o Gêzito veio aqui pra pegar um gancho no post do Bruno a respeito de Tim Burton, que eu simplesmente amei, porque sou fã dele também... No início vocês não vão entender nada, mas no final eu explico a relação de uma coisa com a outra. Então, primeiro vou explicar a temática que vou começar a desenvolver aqui: resenhas de livros. Como todos sabem, quem faz Letras lê igual uma traça de biblioteca, e eu tenho um outro blog em que faço resenhas sobre livros que eu considero maneiros para o pessoal ler... E, srsly guys, movam esses traseiros gordos aí e vão ler um bom livro, porque vocês precisam melhorar a leitura e a escrita, e aqui quem fala é o Professor Gê, sobrinho do Profº Pasquale e neto do Profº Sérgio Nogueira! -noway. Logo, vou unir o útil ao agradável. Vamos ao que interessa (ou não)!
O livro de hoje é...
Depois de tantas histórias sobre vampiros brilhantes e criaturas da noite se apaixonando por colegiais, você fica até com receio de tirar da prateleira um livro que traga ‘vampiros’ talhado na capa. Passei os últimos três meses olhando para a capa de Abraham Lincoln: caçador de vampiros e tendo a dúvida de ‘será que é uma história clichê?’ e, com receio, adiando sua leitura. Mas chegou o dia em que eu não consegui mais fugir, tirei da prateleira e me surpreendi.
A história de Seth Grahame-Smith (autor de Orgulho e Preconceito e zumbis) traz para o mundo literário uma das figuras mais ilustres da história dos Estados Unidos, o presidente Abraham Lincoln. Porém, muito mais do que um relato biográfico, mescla a história real da vida do ex-presidente americano com a ficção, de uma forma tão bem feita que você chega a acreditar que realmente existiram vampiros na América do século XIX e que eles interferiram na história dos Estados Unidos.
Vamos começar pela capa do livro, que é magnífica, trazendo Lincoln segurando um machado nas costas e com borrifos de sangue para todo o lado. Até o logo da editora Intrínseca está estilizado, com manchas de sangue! Na contracapa, você toma um susto: a mesma imagem de Lincoln, porém de costas, mostra que além do machado ele segura também a cabeça ensangüentada de um vampiro.
Eu conhecia muito pouco sobre a história de Abraham Lincoln, e admito que só a história de vida (real) dele já é um bom motivo para ler este livro. A forma como a história foi mixada com a ficção faz o leitor terminar o livro se perguntando se vampiros realmente existiram. Imagens reais do presidente (mas que foram alteradas em photoshop para a temática dos vampiros) dão um toque realista que faz o livro ser o mais fiel possível a uma biografia. A história já surpreende no início, quando você vê o próprio autor Seth Grahame-Smith participando como se fosse um personagem, contando o que foi que o levou a escrever o livro. Ele trabalhava numa lojinha pouco movimentada, onde um dos clientes sempre chamava sua atenção. Certo dia, este mesmo cliente entrega a Seth um embrulho e uma carta que dizia para ele escrever sobre tudo o que descobrisse através do que continha o pacote. Ao desembrulhar, ele descobre que em suas mãos estão os diários originais de Abraham Lincoln, datados dos anos 1800. Então, Seth começa a desvendar o mundo de Abe (apelido de infância do presidente) e seus segredos, entre eles que sua mãe e boa parte de sua família foram atacados por vampiros. Apesar da pobreza em que vivia na época, Abe faz votos de vingança e escreve em seu diário:
-“ Juro matar todos os vampiros da América”.
Começa então sua caçada visando exterminá-los um a um. Abe vai peregrinando pela América, em busca de trabalho e aventura, e dizima vampiros pelo caminho mesmo sem conhecê-los, apenas para vingar as mortes inocentes. Então, ele conhece Henry, que salva sua vida do ataque de uma vampira que estava prestes a acabar com Abe. Não sabia ele porém que Henry também era um vampiro, ou seja, um dos seus inimigos, mas que ele tinha um comportamento menos selvagem e não matava igual aos outros. Abe aprende então que nem todos os vampiros são iguais:
- “Não julgue que somos todos iguais, Abraham. Talvez todos mereçamos ir para o inferno, mas alguns merecem ir antes dos outros”.
Os dois se tornam amigos, Henry ensina Abe a aprimorar suas técnicas de extermínio e, durante a história, envia cartas com nomes e endereços de vampiros para que Abe os encontre e extermine. Com o desenrolar da história cenas surpreendentemente brilhantes vão acontecendo.
O livro tem um toque diferente, mesclando ficção com realidade. O formato de escrita intercala trechos do diário de Lincoln com a narrativa, um estilo muito bem pensado pelo autor e que faz o leitor ir e vir entre realidade e ficção. A noção da realidade da vida do presidente é muito clara, tendo ele passado por perdas de filhos e outras derrotas, bem como todo o trajeto de conquista da carreira política está traçado no livro. O autor conseguiu introduzir tais fatos de uma forma tão genial na narrativa que o leitor não se cansa pensando que está lendo um livro de história. Os vampiros trouxeram o toque do inusitado, deixando tudo ainda mais fabuloso.
Abraham Lincoln: caçador de vampiros está repercutindo tanto que chegará aos cinemas em breve numa produção de Tim Burton, o mestre dos filmes surreais. Peguei o gancho por isso. Podem ter a certeza absoluta de que essa história vai render um dos melhores filmes de Burton, eu já estou ancioso pra que esse filme seja lançado em 2012 (isso se os maias não acabarem com a nossa raça, of course). Devorei o livro em três dias, e recomendo a todos aqueles que gostam de misturas inusitadas. É sobre vampiros. Estes não brilham. Estes não se apaixonam. O que você está esperando para ler?
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